terça-feira, 2 de março de 2010

Os dias em Buenos Aires

Durante os 4 dias que passámos em Buenos Aires (poucos para conhecer bem a cidade), apanhámos um clima instável: muito calor, mas também muita e anormal chuva.Apercebemonos também que é uma cidade que oscila entre dois mundos:

- Um primeiro mundo de grandes avenidas e parques, vasta oferta cultural, infra-extruturas bem preparadas para receber os milhoes de turistas que por aí passam, rede de transportes públicos, expecialmente em autocarros, abundante e eficiente;

- Um segundo mundo que revela as debilidades do país. Um país de carros velhos e destruidos que circulam pelas ruas, de passeios repletos de caca de cäo, de bairros inundados ao fim de uma hora de chuvada. Este último acontecimento passou-se na 6a feira, 3 dias depois de chegarmos. Acordámos com um céu que nao agoirava nada de bom e ameaças de tempestade nos meios de comunicaçao. Fomos ficando por casa, mas quando parecia que afinal era capaz de nao chover, decidimos saír. Assim que pusemos um pé na rua, veio a chuva. Pouca. Decidimos seguir para o metro, com destino ao museu do pintor surrealista Xul Solar, que nos tinham recomendado. Chegámos à porta do museu e...estava fechado. Nesse preciso momento, a chuva começa a caír com grande intensidade, acompanhada de fortes rajadas de vento.



Corremos para o metro, depois para casa, onde chegámos ensopados, claro está. Nisto tinha passado cerca de meia hora. O suficente para ligar a televisao e ver que quatro quarteiroes abiaxo da casa onde estávamos havia já um barco para ajudar as pessoas a atravessar a rua. Um barco!! Buenos Aires inundava-se e assim ficou durante várias horas.

Peripécias aparte, é uma cidade com muito para ver e conhecer.

Visitámos o famoso cemitério de Recoleta, onde estao sepultadas as mais importantes figuras do país, com especial destaque para o túmulo de Evita Péron, que provoca autênticas romarias de gentes de todas as partes.
Conhecemos aínda alguns dos emblemáticos bairros de Buenos Aires:


- San Telmo, uma zona de pequenas ruas repletas de restaurantes típicos e lojas de desenho, um estilo que faz lembrar o bairro alto mas em plano.


- La Boca, bairro de gente pobre e humilde, onde nao convém nada sair das ruas principais, sob o risco de voltar para casa sem nada nos bolsos. Conselho do dono do restaurante onde almoçamos, que ao saber que era português me chamou de Deco durante toda a refeiçao. Na Boca está o mítico estádio do Boca Juniors, La Bombonera, onde Dieguito Armando Maradona começou a espalhar magia na relva. Aínda na Boca, está a famosa ruela "El caminito", rua para turista ver, fotografar e gastar "plata" em restaurantes com esplandadas onde tocam e bailam tango ao vivo. Segundo nos contou o Mário, la Boca é um dos primeiros bairros que surgiu em Buenos Aires. Aqui as casas sao feitas de chapa e pedras, que eram trazidas dos restos de materiais que os ingleses nao usavam. Os argentinos levavam milho e outras mercadorias para Inglaterra em barcos. E como estes nao podiam regressar sem peso (sob o risco de se afundarem), traziam estes materiais. Com esses foi nascendo La Boca.



- Palermo, onde "vivemos" nestes dias é o bairro por excelência da classe média de Buenos Aires. É uma zona tranquila, muito bem comunicada, e entrando para dentro do bairro descobrimos muitas zonas de ócio e de comércio de artistas locais.


- Microcentro, no coraçao da cidade, onde se encontra a Casa Rosada, residência oficial da presidência argentina, e em frente a Plaza de Mayo, palco constante de manifestaçoes do povo argentino, com especial destaque para as Madres de la Plaza de Mayo, que todas as semanas fazem um vigilia na praça em memória dos entes desaparecidos durante o último governo militar no país. Aínda no microcentro visitámos a Catedral Metropolitana, que nao sendo um regalo para a vista, alberga o túmulo de San Martín, heroi nacional que juntamente com Bolivar é considerado o libertador mais importante da América do Sul, ajudando a libertá-la da poressao espanhola.Tivemos aínda a oprtunidade de nos deliciarmos com um "asado" na casa de um amigo do Mário, onde se juntam todas as 5as feiras para um barbecue com as maravilhosas carnes argentinas. Ser vegetariano na Argentina é como viver no deserto sem se gostar de sol!
ps: perdemos uma pen com algumas fotos dos primeiros dias dsa viagem :S As fotos deste post foi o melhor que conseguimos salvar! =)

1 comentário:

  1. Eu não acredito! Sou o primeiro a postar aqui??
    Grande chuvada, fredrich!! E que grandes lições de História que tu aqui nos dás...
    Continua que estou curiosíssimo!
    Em relação ao coment do teu post anterior, tens que me desculpar, afinal foi dito com muito amor (... e inveja!!!) Soube do blog esta noite pelo preto e, como é óbvio comecei a ler pelas 1.ªs... Aquilo saíu-me! Infelizmente, não estive por Torres pra te ver antes de bazares... Miss you, bitch! Take care & enjoy.

    ResponderEliminar